Hoje, quero inaugurar esse cantinho no meu blog onde vou falar sobre questões que eu gosto de parar e refletir durante meu dia-a-dia. Um espaço reservado para eu compartilhar com você experiências do meu momento de vida e que pode te dar um ânimo, te ajudar a se redescobrir ou a te motivar.
São os meus Momentos Pré-Sal.
Recentemente, meu filho do meio me apresentou uma frase que me intrigou bastante. Não sei te dizer quem é o autor, mas você provavelmente deve ter lido em algum lugar:
Quando você cansar, aprenda a descansar; não a desistir.
Além do trocadilho genial que nossa língua portuguesa nos proporciona nessa frase, há uma bela e forte mensagem. E essa mensagem é que está tudo bem em se cansar e quando isso acontecer, você não precisa desistir e jogar tudo para o ar. Você só precisa descansar.
No meu momento atual de vida, a minha busca pelo equilíbrio me levou a praticar uma das formas mais poderosas – e difíceis – de descansar. Me levou a parar.
E é sobre isso que eu quero falar hoje: a essencial arte de parar.
A essencial arte de parar
Esse é o título do livro do Dr. David Kundtz. Quando minha psicóloga o indicou para mim, eu estava no meu ápice de estilo de vida acelerado, me sentindo esgotada e ligada no piloto automático. Como se fosse eu mera espectadora dos acontecimentos da minha vida.
Foi quando me deparei com a dura realidade: lazer e descanso eram palavras que eu conhecia bem pouco. Pasme: e o que eu precisava fazer para começar a mudar era paradoxalmente não fazer nada. Kundtz define parar como “não fazer nada a fim de acordar e recordar quem você é.” E foi o que eu comecei a praticar.
Sei que o que se ensina lá fora é que quanto mais sucesso e realização você deseja, mais você deve trabalhar e se mover em direção a isso. Há quem admire e exalte executivos que dormem apenas 4h por dia para ter mais tempo e ser mais produtivo.
Sim. Estou me arriscando a ir contra o que estão ensinando por aí. Ter um momento só seu onde nada depende de você e você tem a liberdade de não fazer nada é tão importante quanto ter uma lista de tarefas cumpridas no fim do dia.
“Parar é uma arte delicada e essencial para tomarmos decisões e fazermos as escolhas certas.” (Kundtz)
Sejam decisões grandes como mudar de carreira ou sair de uma cidade ou decisões pequenas como: qual será o almoço de hoje?
São nas paradas que você força sua mente a perceber quem você é, onde você está e quais são suas circunstâncias. E somente quem para consegue viver o agora, analisar o caminho, comemorar uma vitória, aprender com um fracasso, sonhar planos para o amanhã, decidir quem se quer ser e tomar decisões certas.
Benefícios de parar
Kundtz descreve a experiência de parar como “vivermos numa esplendorosa mansão antiga por muito anos e, um dia descobríssemos uma ala inteiramente nova com aposentos desconhecidos, cheios de objetos magníficos. Nós somos essa casa antiga e ampla e temos alguns cômodos maravilhosos esperando para serem descobertos e explorados. Quem dá uma parada usufrui muitos benefícios diferentes que, como os quartos da mansão, sempre estiveram lá, mas foram ignorados porque estávamos excessivamente ocupados para conhece-los.”
Dentre os benefícios mais importantes que parar pode proporcionar, estão:
– concentrar a atenção;
– conseguir um verdadeiro relaxamento;
– desfrutar a solidão;
– ter abertura para o que é e como é;
– estabelecer limites fortes, mas flexíveis;
– abraçar a própria sombra;
– identificar e viver o próprio propósito.
Uma pausa pode ser longa e feita durante férias e feriados prolongados. Ou pode ser pequena e feita durante o dia para relaxar e resgatar o senso de presente, de viver o agora. No meu caso, por exemplo, foi com uma pausa que eu decidi tomar a iniciativa de fazer o 1º Meeting Brasileiro de Farmácia Estética (saiba mais).
Parar é desenvolver autonomia.
É se certificar que você está no rumo em que sonhou e planejou. É ter a capacidade de decidir o que é melhor para sua felicidade. E isso só pode ser feito por alguém que não está no automático; alguém que não é arrastado pelo ritmo de correria da vida; alguém que fez pausas.
Que aprendamos outra vez com a natureza: entre uma estação e outra, entre o sol e a lua, entre um ciclo de vida e outro, existem pausas.
Se desafie: experimente parar
Se você chegou até aqui, isso significa que parar faz sentido para você. Que você pode estar em um quadro de sensação de esgotamento e piloto automático, mas não quer permanecer assim.
Então, eu te desafio a parar.
Pode começar hoje. Não tem problema se será por 3 minutos ou por 3 dias. O importante é que você pare. Para pensar, para refletir. Se perceber e perceber o mundo. O presente. O aqui e o agora. O quem você é hoje. Quem você quer se tornar amanhã.
Já dizia T.S. Elliot: “Não fosse a pausa breve, não haveria dança”.
Pare. Pense. Recorde.
E, assim, aprenda a descansar e não a desistir.